TJMS entrega 16ª escola revitalizada com trabalho de detentos e reforça compromisso com educação e ressocialização

Campo Grande (MS) – Em uma manhã marcada por emoção, parceria e transformação social, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) entregou, nesta segunda-feira (12), a 16ª escola reformada pelo programa Revitalizando a Educação com Liberdade. A Escola Estadual Professora Delmira Ramos dos Santos, localizada no bairro Coophavila II, foi totalmente revitalizada com a mão de obra de detentos do regime semiaberto, que trabalham no projeto idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal da Capital.

O presidente do TJMS, desembargador Dorival Renato Pavan, destacou que o projeto vai muito além de uma simples reforma estrutural. “A ressocialização é um dos pilares da execução penal. Com esse programa, conseguimos transformar escolas e também vidas. Internos que um dia retornarão à sociedade estão aqui aprendendo uma profissão, gerando renda e deixando um legado positivo para a comunidade escolar”, afirmou.

Pavan também reforçou que a iniciativa contribui diretamente com a segurança pública, ao permitir que os apenados tenham um novo caminho ao deixarem o sistema prisional. “A maioria dessas pessoas se arrepende dos atos cometidos. O que falta é oportunidade. E aqui, eles têm uma chance real de reconstruir a própria história.”

Ao lado das autoridades, o vice-governador Barbosinha enfatizou a relevância do programa e sugeriu sua replicação em outros estados. “Já são 16 escolas reformadas com a utilização de mão de obra prisional e recursos oriundos de 10% do salário dos detentos. O custo-benefício é imenso. Estamos falando de estruturas totalmente renovadas, com jardins, pintura e até novas construções, como aconteceu aqui na Delmira Ramos. É um ganho para toda a sociedade sul-mato-grossense.”

Empresário e parceiro do projeto, Beto Pereira, do Grupo Pereira, reforçou a importância da iniciativa para o setor privado. “Hoje, quase 100 reeducandos trabalham em nossas unidades. Muitos continuam com a gente após o fim da pena. Isso não é assistencialismo. É uma solução inteligente para a sociedade. Segurança se constrói com inclusão e oportunidade.”

O juiz Albino Coimbra Neto, idealizador do programa, falou sobre o impacto do projeto nas escolas e na vida dos presos. “Estamos unindo dois setores historicamente fragilizados no Brasil: a escola pública e o sistema prisional. Os internos que reformam essas escolas geralmente são aqueles que abandonaram os estudos por falta de motivação e estrutura. Agora, eles voltam a esses espaços como agentes de transformação.”

O magistrado destacou ainda que a manutenção das unidades escolares também é feita pelos internos. “Temos equipes de detentos que seguem atuando na conservação de 36 escolas estaduais, garantindo que esse investimento social continue rendendo frutos.”

Com apoio do Governo do Estado, do TJMS e da iniciativa privada, o programa Revitalizando a Educação com Liberdade tem se consolidado como uma política pública de alto impacto, promovendo cidadania, dignidade e novas perspectivas para quem está em busca de um recomeço – e para quem está apenas começando.